Amigos de infância


"Os amigos de infância acalmam a gente. Os amigos de longa data se sabem.
Testemunharam nossa vida nos primeiros quinze anos.
Sabem o que nos levou a ser como e quem somos.
Fica todo mundo desarmado, tranquilo, de riso frouxo.
Deveríamos ver muito mais os primeiros amigos.
Aqueles que originaram nossa ideia de amizade, a partir da qual todos os outros amigos que vieram depois derivaram."

Da minha amiga (de agora) Ana Paula, no blog que eu a-do-ro:

singelices.blogspot.com

Quero só a saudade


Dói não ter que sair da cama cedo, com ou sem sono, para levá-la para o primeiro xixi do dia.
Dói sentar à mesa para as refeições e ela não estar ao redor, com o eterno olhar-vira-lata-sedutor-pedinte.
Dói voltar ao hábito de andar pelos corredores da casa sem acender a luz, sem ter que se preocupar com a catarata dela.
Dói andar de carro sem ela no banco de trás.
Dói voltar para casa e abrir a porta do elevador sem cuidado, sabendo que ela não estará deitada sobre o seu tapetinho predileto, nos esperando.
Dói ouvir o cachorro do vizinho latir e ela não replicar.
Dói desviar os olhos do computador e não vê-la deitada no tapete, fiel, companheira.
Dói até não ter mais a preocupação com os horários e as doses dos medicamentos, nem ir ao açougue comprar carne para ela.
24 horas depois que a Catita se foi, tudo dói.
Quanto tempo será necessário para onze anos de convivência serem transformados em saudade; saudade sem dor?