Zelinha, dedicação total ao ATOL


Sabe aqueles documentários que a gente vê na BBC ou na NatGeo, que contam histórias de pessoas que dedicaram a vida toda a uma causa, a animais ou a um local? Um caso superfamoso é o da americana Dian Fossey, zoóloga que se transformou em símbolo de conhecimento e proteção aos gorilas e cuja história até filme virou, estrelado por Sigourney Weaver (“Gorillas in the Mist”).

Pois no Brasil temos alguns exemplos de pessoas assim, e uma das mais destacadas é Maurizélia de Brito Silva, chefe da Reserva Biológica do Atol das Rocas, o único atol do Atlântico Sul, situado a quase 300km de Natal/RN.

Franzina, Zelinha vira um gigante quando se trata de defender este santuário de vida marinha brasileiro. Mulher de fibra, enfrenta sem temor qualquer ameaça ao Atol, vinda de quem for: pescadores, políticos, navegantes esporádicos naquela remota paragem.

Criada em 1979, a Rebio Rocas foi a primeira reserva biológica do Brasil e abriga milhares de aves residentes e de passagem. As ilhas do Farol e do Cemitério são engolidas pela maré alta. Já na maré baixa surgem na área interior do atol inúmeras piscinas naturais, de tamanhos e profundidades variadas, que funcionam como berçários para diversas espécies marinhas.

Basta passar uma temporada de pesquisa por lá, constatando in loco sua riqueza e fragilidade, para entender que o Atol tem mesmo que permanecer para sempre fechado ao turismo. E com Zelinha lutando por sua preservação com unhas e dentes, numa dedicação digna de virar filme!

Drops de uma estadia no atol:

_o momento em que o barco que te levou até lá some no horizonte é simplesmente libertador. Para todos os lados que você olhe, apenas MAR.

_na primeira noite, a algazarra de milhares de aves é ensurdecedora. A partir da terceira, funciona como uma canção de ninar.

_banho? No mar. O truque é secar-se batendo a toalha no corpo, para o sal sair. E muito hidratante.

_o banheiro é numa ‘curva’ da praia e você deve, evidentemente, avisar seus companheiros de estadia que aquele é o seu momento ali.

_o alojamento da reserva é feito sobre palafitas. Assim, os ratinhos não entram na casa. Só não se pode marcar bobeira e deixar algo do lado de fora durante a noite. Até hoje tenho um par de Havaianas com mordidinhas.

_muita areia pra lavar a louça e um pouco de água do mar só no final, pra enxaguar.

_na maré baixa, quando o mar “de fora” não permite a aproximação de bote, anda-se quilômetros com os cilindros de mergulho nas costas para chegar às piscinas naturais.

Juro que ninguém reclama.

Um comentário:

  1. Eu preciso conhecer este lugar. Me mande um e-mail com mais detalhes e se puder gostaria de ter contato com a Dra. Zelinha. Fico grata. Aguardo, beijos. Obrigada por mostrar coisas lindas de nosso Brasil.

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